segunda-feira, 1 de agosto de 2016

O mestre Carlinhos Capeta


Carlinhos e a bateria da YOUNG FLU
Carla Andrade e Jennyffer Costa (isso mesmo com dois N e dois F para fixar) fomos más. Colocamos ninguém mais do que o mestre Carlinhos Capeta. Vulnerável ao nosso apelo ele atendeu e disse: Sim...

E no sofá da salinha da Young Flu colocamos este monstro para conversar e perguntei como começou seu amor pelo Fluminense?

Ele respondeu:

”Aprendi a ser tricolor com meu pai. Fique claro que ele não me incentivou. Ele simplesmente chegou numa loja de material esportivo e pediu que a funcionária colocasse as quatro camisas dos melhores times cariocas e eu, criança e em seu colo, fui diretinho no que ele queria, a camisa tricolor”, conta ele.

E tal escolha só fortaleceu a ideia do pai, a de que o filho nasceu Tricolor, e ele fez uma festa dentro da loja e vibrou com o fato, que arrancou gargalhadas  das vendedoras.

- E até hoje aprendi a se Tricolor e o Fluminense é minha paixão e minha raiz.

Sempre foi de comunidade carente e pegou aquela época de geral. Ele só tinha o dinheiro para a geral e mesmo assim ficava observando a festa da torcida com as bandeiras brancas. Um belo dia conseguiu pular para as arquibancadas e fez amizades com a galera da Young Flu. Queria bater na bateria. Um sonho.

“Eu perturbei e eles diziam esse moleque é chato pra caramba. E teve um que disse: “deixa ele bater, vamos ver”. E quando eles me viram bater ficaram impressionados. “Esse molequinho bate pra caramba”. Disse que morava no Morro Santa Marta, em Botafogo e no próximo jogo quando cheguei no portão 18 veio um cara desconhecido e me deu um ingresso. Ele disse “mandaram te entregar”.  Daí entrei e em poucos minutos veio um senhor com uma camisa da Young Flu e um outro cara que disse; “Olha aí neguinho seu boné. Agora faz parte da Young Flu”.

Quem eram eles?, perguntei.

Ele diz: o seu Armando Giesta e Jorge Ledeu.

“Foram eles que me coroaram e colocaram aqui dentro dessa torcida na qual permaneço até hoje. Sabe como eu peguei nome dentro da torcida: eu sou ritmista, eu bato e eles gostaram disso. O Marcelo Ameba também me deu crédito e dizia que eu era bom pacas. Eu era um menino de 13 para 14 anos”.

E um dos seus melhores amigos dentro da torcida foi o Fábio, pai da Jennyffer Costa, que ele considera o “mestre dos mestres”. E garante que depois do Fábio bateria da Young não tem pra ninguém.

“Podem falar o que for de mim. Que sou isso, que eu faço aquilo, agora como diretor de bateria não tem outro, depois do Fábio, como eu. E eu sou humilde, não me tiro por uma :lenda”.

Amigos de Fé: Carlinhos e Fábio Costa

Pergunto se ele tem orgulho por ser fonte de inspiração dos mais novos e ele diz que sim, que tem uma história dentro da Young Flu.

Faria tudo de novo?

“Se pudesse voltar no tempo? Porra, sem dúvidas. Antigamente era muito melhor. Sem dúvidas”.

Quero saber como a Young Flu era vista tempos atrás.

Ele me diz:

“Éramos a maior torcida do Fluminense. E naquela época as mais temidas eram a Força Jovem do Vasco e a Jovem Fla. Levou um tempo para ganharmos o respeito e ele veio aos poucos reunimos um grupo bacana com uma galera de luta e do bem, isso ocorreu em 1986, 1987. Pensava em unir uma torcida forte para não apanhar mais de nenhuma outra. E assim crescemos e eu digo que ninguém mais tira onda com a gente”, explica.



Armando Giesta com capeta logo atrás
E o que e ser Tricolor, meu amigo?

“Olha depois da minha mãe e dos meus filhos, o Fluminense é tudo na minha vida, minha raiz. Uma paixão. Quando eu pulei de dentro da minha mãe eu já sai gritando “o o o o graças a Deus eu nasci foi Tricolor”, conta sorrindo.

Momento de maior alegria?

“O tricampeonato. O gol do Assis de cabeça. E serei sincero vencemos com a ajuda do árbitro José Roberto Wright, naquele gol do ponta-esquerda Paulinho contra o jogo contra o Bangu. O Vica puxou o Cláudio Adão pela camisa dentro da pequena área. E o Wright mandou seguir a jogada, ele foi meu professor de educação física inclusive e declarou-se tricolor uns dias antes do jogo”, conta todo prosa.

E me fala das comemorações neste dia?

“O jogo foi no domingo e amanheci a segunda bebendo. Bêbado como um gambá dentro de um puteiro na Praça Mauá. Doidaço. Eu, o falecido Kleber, o William. Ainda me lembro das dançarinas. Segunda-feira, todo mundo indo para o trabalho e eu chegando daquele jeito. Fluminense Campeão!!!!”, confessa.

Carlinhos na sede da YOUNG FLU

E teve só alegrias?

“Não, quando o Fluminense foi rebaixado. Um repórter sujo que fez uma matéria onde usou uma foto minha em cima do surdo com o cotovelo apoiado na perna e a baqueta no colo. Chorava de dor e ele usou a legenda “chora tricolor”. Detestei esse gesto dele. Ele nunca mais faz nada aqui dentro da Young. E não posso deixar de lembrar da Libertadores. Você não sabe o que é sofrer. Duas vezes para a LDU. A gente nunca sequer tinha ouvido falar dessa porra! Tínhamos o Coração Valente, não podíamos perder esse título”.

E encerramos o papo e fui visitar o ser refúgio e tomamos uma cerveja... De que outra forma me despediria do mestre e amigo? 

Saudações Tricolores !!!!

Meu carinho ao Fábio Costa e seu Armando Giesta!

Até Morrer!


2 comentários:

  1. ST****

    Muito bacana.
    Entrou um pouco depois de eu ter saído (79-84).
    Essa da comemoração foi especial.
    A minha do Brasileirão 84 foi sair do caminhão de chopp no Laranjal e fechar Copacabana até amanhecer na areia :-)

    Tricolor Disruptivo

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  2. BOM DIA A TODOS OS AMIGOS SAUDAÇÕES TRICOLORES DO AMIGO EX JOGADOR DO FLUMINENSE FC Galhardo

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