sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Um Tricolor para lá de Fofo




O apelido ganhou da madrinha, que o achava o menino mais carinhoso e afetuoso do mundo e quando Wellington da Silva entrou para a Young Flu, os componentes decidiram aproveitar o Fofo, que veio de berço.

Seu amor pelo Fluminense começou através da amizade com o Alex, o Pinto, integrante da Young Flu, da Piedade.
Fofo costumava ver os jogos pela televisão e quando ia aos estádios era na companhia do primo, e como era muito menino não tinha ainda noção de futebol. Foi o amigo Alex que o introduziu no meio e prometeu que o levaria para assistir a um jogão.

E essa partida foi nada menos do que um Fla x Flu, com vitória do nosso tricolor por 3 x 2.

“Quando eu vi aquela festa da torcida eu me encontrei. Me apaixonei pelo clube e pela Young Flu e o Alex me levou lá na antiga salinha na rua Dias da Cruz e comecei na Torcida Organizada”, conta ele.

Foi apresentado a todos e a partir daí se engajou nessa trajetória de torcida organizada, de onde nunca mais saiu.

Fofo na Sede da Young Flu

“Através da Young Flu conheci o mundo. Fiz muitas amizades pelo Brasil. Tenho contatos em Belém do Pará, com o pessoal do Remo. Fui conhecer e fiquei quase dois meses por lá, tamanha a identificação. Agradeço por todas as amizades que fiz. Isso aqui é uma família”, conta ele.

As Caravanas Maravilhosas

Sua primeira foi para Coritiba, saíram dez ônibus do Rio, infelizmente o Fluminense não ganhou a final, mas isso não o fez perder aquela vontade de estar sempre junto dos seus.

Encontro de Tricolores na sede da Young Flu

“Teve um Fluminense x Botafogo que aconteceu em Juiz de Fora e a nossa caravana estava na frente. No entanto, logo os camisas pretas começaram a aparecer de todos os lados na linha vermelha. Eles não viram que tinha mais tricolores e ficaram no meio. Teve um fight e vi muitos botafoguenses pulando naquele valão para fugir, pois ficaram no meio da gente. A linha vermelha ficou interditada por uma hora, foi uma confusão danada. Até que chegaram as viaturas da polícia para apartar a confusão”, recorda.


Fofo, Magal e Fael 

Outra ocasião foi num jogo contra o Palmeiras. Chovia muito e a partida seria as seis da tarde. “Na saída do estádio, encontramos com o pessoal da Mancha Verde e com a polícia paulista, que acha que carioca é bicho. Não acabou bem o encontro”, conta ele.

Pergunto se em algumas dessas situações ele já sentiu medo?

“Claro que sim. Teve um jogo contra o Palmeiras também e o nosso ônibus quebrou na serra e sabíamos que a torcida do Botafogo estava para passar pelo mesmo caminho. Tivemos que sair do veículo e nos esconder na mata para evitar uma confusão maior. Estávamos em menor número, em ônibus só, o resto dos nossos já tinha ido. Foi a atitude mais sensata”, comenta.

E vale a pena passar por esses perigos?

“Vale, quando você ama você faz. Já viajei sem um real para Limeira, fomos de Kombi no maior sufoco e eu não me arrependo. Fizemos baldeação e passamos por Campinas e contamos com o apoio do pessoal do Guarani. E olha que não faltava nada”, diz ele

Rituais

Tenho uma camisa antiga da Young e mesmo quando não vou para o estádio ela fica comigo. Já me ofereceram grana por ela e eu nunca pensei em vender, ela é especial, da época do seu Armando Giesta. Ganhei de um amigo que nem me conhecia direito, mas sabia do meu amor pelo Fluminense. É meu símbolo”, revela.

Quando não vai aos estádios, Fofo prefere assistir as partidas sozinho e sem aqueles comentários de ninguém em seu ouvido. Ele odeia.

E foi assim que viu seus maiores ídolos em campo. Magno Alves, do Roger, Thiago Silva e queria ter visto jogar o casal 20. “Não tive esse prazer”.




E com o Romerito ele tem uma estória linda para contar.

“Fluminense foi campeão e 2012 e a nossa torcida foi a única que conseguiu entrar no granado. Comorando o título em pleno do Maracanã. Quando eu vi o Romerito não me contive, fui ate lá falar com ele e o coloquei nos ombros. Comemorei título com o meu ídolo nos ombros. Foi maravilhoso”, diz ele.

Qual foi a sua partida inesquecível?

“Meu título especial foi aquele em que Renato Gaúcho calou a torcida do Flamengo no último segundo. Mesmo não estando no Maracanã, eu vibrei e nunca mais esquecerei. Assisti num bar, com alguns flamenguistas, que são igual ratos e em qualquer lugar tem, e foi tarefa árdua aturar as zombarias até que o Renato iluminado fez o dele. O bar ficou quietinho, um silêncio total. Tiveram que me engolir”


O Gol de Barriga de Renato Gaúcho

E tem o outro lado da moeda. Se Renato lhe ofertou tamanha alegria, também o fez sofrer com a derrota na Copa Libertadores. “Foi terrível. Perdi o chão totalmente, me deu vontade de sumir e até pensei em largar o futebol, mas não consegui. Meu amor pelo Fluminense foi mais forte”, admite.

E o que é ser Tricolor?

“Sem palavras para definir esse sentimento enorme que habita o meu peito. São muitas coisas boas, amizades, amor, só tenho que agradecer por ser tricolor. Sou feliz e realizado toda vez que vejo nosso elenco entrar em campo vestido com a camisa mais bonita do mundo”, encerra.


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