quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O Céu é seu limite

Daniel CPD e seu sorriso farto
Disse a ele “Força, Foco ou Fé” no final da entrevista apesar de já perceber que ele dá conta do recado e uma excelente palavra para defini-lo é Superação. Por volta dos seus oito anos e através do incentivo do padrasto ele decidiu pelas cores que traduzem tradição.

“Ele mostrou a grandeza do clube e me sou um tricolor fanático. Falem mal de mim, falem mal de qualquer coisa, não fale do meu tricolor porque dá até briga. É tenso”, diz.

Falo aqui do querido Daniel CPD que pratica a Bocha e tem planos para o futuro. Ele diz que ai quebrar barreiras e conquistas novas metas. “Vencer minha dificuldade e ir além dos meus limites”.

Talvez por essa ousadia ele tenha feito uma escolha digamos “punk” já além de ser cadeirante ele também tinha medo de altura, fato que mudou depois da experiência com o parapente. “Foi tudo muito intenso e quebrei duas barreiras barreira. Amei tudo e agora penso em saltar de paraquedas. Quero mostrar que podemos fazer tudo, claro que com todas as normas de segurança” esclarece.


A liberdade  nos céus
Ele é alegre e diz ser bem difícil vê-lo triste ou a reclamar. “Hoje em dia quem não tem um sorriso no rosto não vive. Muito preferem reclamar e nada fazer. Procuro sempre focar nos desafios e costumo dizer que o céu é o meu limite. Tenho muitos sonhos e um deles é de chegar a uma seleção brasileira, dentro do meu esporte, representando o meu Fluminense” dispara.

Ainda tem guardado um meião e um short do Fluminense dado pelo padrasto e nas memórias uma linda lembrança. Ter essas relíquias de infância guardadas vale mais que ouro.

A primeira vez que pisou no Maracanã foi em 2001. Era a final do Brasileirão contra o Botafogo e o Fluminense vence a partida pelo placar de 2 x 1.Ele afirma ter vivido um momento mágico. “Sem explicação. É um tipo de sentimento que não te como descrever. Foi maravilhoso, espetacular ver a torcida gritando. É um amor que bateu e ficará para sempre”, explica.



Projeto de Acessibilidade 


Atualmente cuida da divulgação de um projeto que tem como tema principal a acessibilidade dos cadeirantes e todos os tipos de deficientes aos estádios. Com o “Futebol é para Todos” ele pretende alertar aos órgãos competentes sobre a questão importante.

“O acesso para nós é bem complicado. No Maracanã é tranquilo. Só que em outros estádios nem tudo funciona. Um exemplo? Fui assistir ao final da Liga Sul – Minas e para conseguir ficar na arquibancada, meus amigos precisaram me pegar com a cadeira para colocar aonde eu queria assistir. Quero mostrar isso para todos. O Futebol transmite amor e esse sentimento é para todos. Assim como um andante vai, o cadeirante também tem o direito de curtir um futebol”, explica.

Sem deixar de citar o caso da briga que houve em Minas onde a polícia partiu para cima dos tricolores. “Se não fosse o pessoal ficar na minha frente, acho que eu nem estaria aqui hoje. Deus foi maior e posso te contar isso hoje. Foi tenso. Eles começaram a atirar e como eu faria para subir? Levei até um prejuízo nisso pois quebrei a minha cadeira”, relata.

O projeto visa levar a paz aos estádios e sobre o acesso e a segurança, dentro e fora deles. “Realmente estou determinado a melhorar as coisas para todos os deficientes. Um cego tem todo o direito de estar lá e curtir o futebol dele. Acho que seria bem legal se eles pudessem ter alguém do lado narrando o jogo” diz.

Seus parceiros do time de Bocha
Deficientes também são apaixonados pelo futebol e o esporte é paixão e vida para todos.  E quem disse que um cadeirante é incapaz de cometer uma loucura pelo Fluminense esta por fora.

Assim que ganhou sua cadeira motorizada, aprontou uma com sua avó. Ele disse a ela que ia pegar um cineminha e colocou a camisa e saiu carregando sua bandeira encantada. Na real o seu destino era o Maracanã. “Disse a ela que passaria um filme do Fluminense e que precisava levar aquelas coisas. O jogo foi Fluminense x Coritiba. Cheguei em casa quase meia noite e ela estava brava” confessa meio tímido.

E essa sua relação com tal bandeira é das antigas. Fica sempre comigo durante os jogos. Ela dá sorte. É sagrado eu ficar com ela nas mãos. Indo ao estádio ou não a bandeira fica comigo. “Aonde quer que eu esteja, sempre vou levar as cores que herdei verde, branco e grená”.


Ídolos


“Queria ter visto o Castilho jogar. Ele mostrou tanto amor pelo clube que se tornou um dos maiores ídolos do clube. Fez por amor e isso não tem explicação. Esse cara foi impressionante. Ele tirar um pedaço do seu corpo para defender a camisa tricolor é incrível” comenta.

E dos que viu jogar cita o Conca. “Ele foi um ídolo porque sempre entrou em campo com raça, dava sempre seu melhor e honrou nossa camisa”.

Pergunto a ele o que um jogador precisa para defender nosso manto tricolor?

“Ter amor e força. Saber que vestir uma camisa com nosso escudo o cara tem que ser forte” responde.

E engatamos o papo com os títulos inesquecíveis. “Foi o de 2012. Fluminense x Palmeiras, em São Paulo. Sem comparação, foi o melhor e marcou a minha vida. Inesquecível marcado pra sempre na memória. Por ser em cima de um grande rival e pelos três gols feitos pelo Fred. Jogo mais emocionante também”, afirma.

E uma Tristeza?

“A final da Libertadores contra a LDU. Foi um jogo complicado e muito triste para todos nós. Não fui a esse jogo. Sofrimento absurdo de dor. O amor que sinto pelo Fluminense não tem explicação. Quando olho para o escudo ou uma bandeira me vem amor. Nada quero ver nosso clube ganhar muitos títulos, entre eles a Libertadores e outro Mundial” conta.

E nosso atleta coloca realmente tudo acima do clube, menos Deus, e já teve problemas de relacionamento pela paixão.

“Comecei a namorar uma menina e nós víamos de 15 em 15 dias e ela começou a implicar com o futebol. Está certo que quando tinha jogos do Flu eu dava uma desculpa a ela e isso a deixava chateada. Até que um dia ela ficou muito irritada e me colocou na parede e perguntou ou ela ou o Fluminense. Como sou fiel e jamais vou trair o meu time, terminamos. Um dia chega uma mulher tricolor e que goste de futebol, para dividirmos esse grande amor. Aí será perfeito” encerra.


Meu desejo? Te ver defender a camisa Tricolor. 

Gratidão!

Saudações Tricolores!!!


Um presentinho...







2 comentários:

  1. Esse é Guerreiro bato Palmas pra ele. Excelente Carlinha.

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  2. Esse é Guerreiro bato Palmas pra ele. Excelente Carlinha.

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