terça-feira, 5 de julho de 2016

Sobre protestos, amor e fidalguia




Antes de qualquer coisa é preciso reafirmar que não existe nada maior do que a paixão pelo clube de coração para qualquer torcedor que se preze. Esse amor o leva até as arquibancadas dos estádios, faça chuva ou faça sol, o leva a cantar para empolgar seu time, o leva a chorar e a sorrir. O leva a grita gol e a ficar rouco no final da partida. São sentimentos que só quem sente consegue entender.

E quando dizem: “Nós somos a história”, esse nós é a torcida tricolor que na manhã desta sexta-feira esteve presente nas Laranjeiras para protestar. Meu amigo Renan, do nono núcleo Zona Oeste da Young Flu estava lá e ele compareceu por “estar cansado de ver um time acomodado, sem raça e sem vontade de jogar.” Renan também está farto de ouvir as declarações do atual presidente sobre a construção do CT e nem uma palavrinha sobre a possível contratação de reforços, o que Peter prometeu com a saída do Frederico Guedes. Renan, assim como todos nós, quer um elenco de guerreiros de verdade que entre em campo e honre a camisa mais bonita do mundo.

E já que citei o Frederico Guedes, não me venham dizer que esta má fase tem a ver com sua saída do clube. Até 2012 sou grata a ele. Em 2013 conquistamos o título da Liga sem sua presença em campo. Fora isso, ainda em 2013 com o Frederico em campo, nada alcançamos.

Nosso time é fraco e os erros individuais são gritantes, nítidos e pontuais. Aquela sintonia fina necessária não existe e a impressão que tenho é a de que cada um joga o pouco que sabe, numa tentativa de livrar o seu da reta. Um time sem referência não funciona, não cria, não ataca, não arma jogadas, não chuta a gol.

Contra o Santos, a goleada não aconteceu pelo inacreditável. Não temos defesa, os laterais são fracos e não seguram. Me digam o que é o Pierre? Ele era o terceiro reserva do Atlético Mineiro e agora é titular do meu Fluminense? Por favor!

Para completar nosso querido presidente vende mando de campo e isso faz com que as viagens constantes acabem com os treinamentos necessários. O Técnico sem tempo hábil para treinar o elenco e o elenco sem ter como descansar.

O Fluminense só voltara a ser o Fluminense que queremos quando Peter Siemsen for embora e levar com ele todo e qualquer resquício de sua administração ineficiente e fadada ao fracasso, palavra que não combina com a elegância tricolor.

E com essa sequência irregular do time no Brasileiro deste ano, o que querem da torcida? Que fiquemos quietos em casa enquanto o elenco luta por pontos necessários para permanecer na série A?
Já vimos esse filme.

Então, com todo o respeito, peço ao técnico Levir Culpi, que deve agradecer de joelhos a oportunidade de ser o comandante tricolor que seja mais prudente com as palavras, principalmente quando elas forem ditas para a nossa torcida.

“Eu não sei se eles estão cumprindo o horário da escola. Espero que nenhum deles passe mais de cinco anos sem estar num curso superior. E acho que eles vão entender o que é a democracia. Temos que pensar em engajar eles mais com a política do que com o esporte. Mas eles são apaixonados pelo clube, e quando tem paixão você faz coisas precipitadas. Já fiz isso com minha mulher", disse Levir Culpi, sobre os protestantes nas Laranjeiras. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário