segunda-feira, 18 de julho de 2016

Meu querido amigo Zé

A história de amor entre Jose Luiz Azevedo e o Fluminense começou antes mesmo do clube existir. Foi através de seu pai Jose Gabriel, nascido no ano de 1901, e que viveu por noventa anos amando o clube das três cores. Sua família paterna era toda tricolor e seus descendentes seguiram a tradição.

-Acho que comecei a ser tricolor umas duas horas antes de nascer, pois certamente, ainda no ventre de minha mãe, não poderia deixar de ouvir o rádio onde meu pai escutava a final do Torneio Início de 1941, quando fomos campeões. E só pude entrar no gramado da vida após o apito final, conta.

E no início da década de 50 foi levado pelas mãos de seu pai para conhecer o estádio das Laranjeiras. Imaginam um menino de apenas dez anos diante daquele deslumbre arquitetônico que é a nossa sede. Como ele diz: “um espetáculo para os olhos de um garoto. E era jogo mesmo, com aspirantes e 
profissionais”.

O saudoso pai Jose Gabriel 
E sabe de onde ele assistia aos treinos? Sentado atrás de um dos gols admirando seus maiores ídolos: Castilho, Píndaro e Pinheiro. Era assim que Jose Luiz passava suas tardes, entre um picolé e outro, observado o trio mais famoso do nosso tricolor.  

- Era tempo do tal Timinho, que na verdade era um timaço. Minha memória anotando tudo que meus olhos registravam: a bola de couro, os meiões tricolores, as chuteiras pretas com carrapetas no solado e até um gorrinho que alguns jogadores usavam. Tudo isso naquele imenso campo gramado, recorda.

E foi assim que ele tornou-se um tricolor cada vez mais apaixonado, num tempo onde as partidas eram ouvidas no rádio e disputadas em mesas de futebol de botão.

-Nas décadas seguintes pude acompanhar mais de perto tanto no Maracanã como nas Laranjeiras. E foram as três grandes décadas do clube; 60,70 e 80.

Ele diz que nesses anos marcou sua presença como um torcedor tricolor de fato e trouxe muitos novos torcedores, garimpados entre amigos e familiares.

- Com promessas de bandeiras e uniformes aliciei, no bom sentido, muitos torcedores mirins indecisos e que hoje me agradecem pela escolha, conta com um sorriso estampado.

Os times que mais o encantaram foram os que ele considera as três Máquinas: os de 69 e 70, 75/76 e 83/84 e 85.

- Tive muitas bandeiras que eram confeccionadas na máquina de costura de minha mãe. Comprei e troquei muitas camisas. Hoje ainda tenho algumas na gaveta, como agasalhos e bonés.

E uma das partidas inesquecíveis que ele presenciou tinha que ser um Fla x Flu, aquela final do Campeonato Carioca de 1969, com a vitória tricolor por 3 a 2, com gols de Wilton, Cláudio Garcia e Flávio, que foi o artilheiro da competição com 15 gols.

- É um jogo gravado na minha mente. E ao meu filho dei o nome de um formidável artilheiro chamado Flávio, que fazia o Maracanã tremer com seus gols, confessa.

Joze Luiz com o Filho Flávio no Maracanã

Ele prefere não citar nomes de seus ídolos, já que foram muitos espetaculares que viu jogar e seria “injusto nomear um e deixar outro de lado”.

E ao longo de sua jornada assistiu a diversas partidas e conheceu vários estádios do Brasil.

- Fiz de tudo para poder ir a certos jogos, indo ao cúmulo de sair direto do motel para o estádio. Perdi uma noitada mais ganhei um jogo, revela.
Jose Luiz gostaria muito de ver nosso clube com um estádio só seu, o que faz muita falta. E para os que vão seguir os seus passos ele clama que façam “com muito amor no coração porque é um privilégio que muitos nunca terão afinal o Fluminense é como um filho querido”.

A Calopsita Fofinha uniformizada

Assim como seu xodozinho, uma calopsita chamada carinhosamente por ele de fofinha, que veste sua roupinha com as cores do tricolor.

E eu pergunto a ele se pudesse fazer um pedido a Deus qual seria?

- Se for reencarnar, por favor, que seja numa família tricolor!

Tenho a certeza de que Deus atenderá a seu pedido querido amigo!


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