A história de amor
entre Jose Luiz Azevedo e o Fluminense começou antes mesmo do clube
existir. Foi através de seu pai Jose Gabriel, nascido no ano de 1901, e que
viveu por noventa anos amando o clube das três cores. Sua família paterna era
toda tricolor e seus descendentes seguiram a tradição.
-Acho que comecei a ser
tricolor umas duas horas antes de nascer, pois certamente, ainda no ventre de
minha mãe, não poderia deixar de ouvir o rádio onde meu pai escutava a final do
Torneio Início de 1941, quando fomos campeões. E só pude entrar no gramado da
vida após o apito final, conta.
E no início da década
de 50 foi levado pelas mãos de seu pai para conhecer o estádio das Laranjeiras.
Imaginam um menino de apenas dez anos diante daquele deslumbre arquitetônico
que é a nossa sede. Como ele diz: “um espetáculo para os olhos de um garoto. E
era jogo mesmo, com aspirantes e
profissionais”.
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O saudoso pai Jose Gabriel |
E sabe de onde ele
assistia aos treinos? Sentado atrás de um dos gols admirando seus maiores
ídolos: Castilho, Píndaro e Pinheiro. Era assim que Jose Luiz passava suas tardes,
entre um picolé e outro, observado o trio mais famoso do nosso tricolor.
- Era tempo do tal
Timinho, que na verdade era um timaço. Minha memória anotando tudo que meus
olhos registravam: a bola de couro, os meiões tricolores, as chuteiras pretas
com carrapetas no solado e até um gorrinho que alguns jogadores usavam. Tudo isso
naquele imenso campo gramado, recorda.
E foi assim que ele
tornou-se um tricolor cada vez mais apaixonado, num tempo onde as partidas eram
ouvidas no rádio e disputadas em mesas de futebol de botão.
-Nas décadas seguintes
pude acompanhar mais de perto tanto no Maracanã como nas Laranjeiras. E foram
as três grandes décadas do clube; 60,70 e 80.
Ele diz que nesses anos
marcou sua presença como um torcedor tricolor de fato e trouxe muitos novos
torcedores, garimpados entre amigos e familiares.
- Com promessas de
bandeiras e uniformes aliciei, no bom sentido, muitos torcedores mirins
indecisos e que hoje me agradecem pela escolha, conta com um sorriso estampado.
Os times que mais o
encantaram foram os que ele considera as três Máquinas: os de 69 e 70, 75/76 e
83/84 e 85.
- Tive muitas bandeiras
que eram confeccionadas na máquina de costura de minha mãe. Comprei e troquei
muitas camisas. Hoje ainda tenho algumas na gaveta, como agasalhos e bonés.
E uma das partidas
inesquecíveis que ele presenciou tinha que ser um Fla x Flu, aquela final do
Campeonato Carioca de 1969, com a vitória tricolor por 3 a 2, com gols de
Wilton, Cláudio Garcia e Flávio, que foi o artilheiro da competição com 15
gols.
- É um jogo gravado na
minha mente. E ao meu filho dei o nome de um formidável artilheiro chamado
Flávio, que fazia o Maracanã tremer com seus gols, confessa.
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Joze Luiz com o Filho Flávio no Maracanã |
Ele prefere não citar
nomes de seus ídolos, já que foram muitos espetaculares que viu jogar e seria “injusto
nomear um e deixar outro de lado”.
E ao longo de sua
jornada assistiu a diversas partidas e conheceu vários estádios do Brasil.
- Fiz de tudo para
poder ir a certos jogos, indo ao cúmulo de sair direto do motel para o estádio.
Perdi uma noitada mais ganhei um jogo, revela.
Jose Luiz gostaria
muito de ver nosso clube com um estádio só seu, o que faz muita falta. E para
os que vão seguir os seus passos ele clama que façam “com muito amor no coração
porque é um privilégio que muitos nunca terão afinal o Fluminense é como um
filho querido”.
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A Calopsita Fofinha uniformizada |
Assim como seu xodozinho,
uma calopsita chamada carinhosamente por ele de fofinha, que veste sua roupinha
com as cores do tricolor.
E eu pergunto a ele se
pudesse fazer um pedido a Deus qual seria?
- Se for reencarnar,
por favor, que seja numa família tricolor!
Tenho a certeza de que
Deus atenderá a seu pedido querido amigo!
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